sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Amorfossíntese

Antimofo, ex-planador, espana a dor
do pretérito, tudo na memória.
Criação do tempo, esse completo torpor.
Homem criando história

Mofo, amorfo no espaço sem matéria.
De tempos e tempos sem movimento,
aproveitando toda imensidão sidérea,
no meu mais profundo pensamento.

Antimofo,
ex-planador,
espana
a dor.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Embora nem sempre

Vou falar comigo mesmo.
Quem sabe assim
não jogo palavras a esmo.
Pode me chamar de prepotente,
mas quando se sentir impotente,
não coloque culpa no alheio.
Pense direito, no centro.
Sabendo que existem dois lados
e o caminho correto do meio.

Vejo tudo do lado de fora,
como o vento que traz a aurora.
Esqueço boa parte do que percebo,
embora saiba que nem sempre
prefiro pensar entre
os extremos que rondam
minhas horas.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Deixem o Poeta Falar

Entre o tumulto
ouviu-se um grito
e no meio, um vulto.
Alvoroço infinito.

Ninguém ouvia nada.
Todo mundo falava.
Multidão descarada,
querendo discutir
quando ninguém calava.

No meio do pandemônio,
um poeta pediu palavra
e logo gritaram: demônio!!
não lhes deem ouvidos.

E paciente este foi.
E no seu canto, emudecido,
esperando seu momento ficou.
Então alguém gritou:
DEIXEM O POETA FALAR!

e o poeta levantou
e disse:
Amem.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Do medo

Depois de um tempo
a gente perde o medo de errar
e erra como sendo um acerto.
Tão gostoso é aprender a agarrar
o aprendizado até no desconserto.