Comporto
como o porto
em que aporta
o barco
que se porta
se despedindo
na chegada
de novas águas
e as que foram
se vão e vem
e são sempre fluir
e o porto ali
no ir e vir
de toda ação
abandonada
em monção
e a emoção
destinada
acaba indo
em frente
ao vento
construindo
de novo
tudo diferente.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Vento de porto
Escrito por Glauber Marinho às 14:33 3 comentários
sábado, 11 de junho de 2011
Enleio sereno
E como já haviam dito.
Arte fica boa quando fica velha
ou fica bom quando é erudito?
Não sou cara que se assemelha
a nenhum artista bendito.
Quero que pense o que vier na telha
ou que fique o dito pelo não dito.
Não me importa em quem se espelha
ou se causo ojeriza quando regurgito.
O que levo no bolso
é um esboço de felicidade.
Uma tentativa inevitável
de não perder a vontade
de seguir em frente.
Sempre tentando a criatividade,
crente que o imperfeito
é o que move a ciclicidade
e o efeito garante que a evolução aconteça.
E por parível que increça,
o imperfeito assim se versa,
perfeito na forma inversa,
um cuidadoso desbaratino
evoluindo de forma transgressa.
Esquecendo-se o destino
e afeiçoando-se da conversa.
Absorvendo todo o caminho,
mas esquecendo a ação pregressa.
Lembra de cartola...do moinho
e também ponderar a lição
de Quintana, o eu passarinho.
Escrito por Glauber Marinho às 07:53 2 comentários
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Oh ferta!
Meu preço é baixo.
Posto na prateleira
de um mundo de escracho,
pura e vaga poeira.
O custo é pouco
porque a noção escassa,
ultrapassa o sufoco
de viver em plena desgraça.
Meu amor é caro,
e claro que minha paz
é escrava do meu faro,
do que faço, do que farejo,
do que sempre almejo,
de todos os desejos,
mas o preço na prateleira,
continua baixo.
Escrito por Glauber Marinho às 12:05 2 comentários
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Adaptar-se
Os dias chuvosos são como chamas na memória.
Lembranças de momentos guardados na história.
E vem o sol e manda pra longe a chuva,
a lua empurra o sol e a noite cai como uma luva.
Ao som de Pink Floyd o tempo é coadjuvante.
"Run rabbit, run. Dig that hole, forget the sun"
Não vale contar o tempo dos momentos que ficam na estante.
Aquele velho hábito, that's no more fun.
Agora quando vejo chuva, quando vejo sol.
Olho cada um com um olhar diferente.
Vejo que não tem como mudar um mol,
do que vem de dentro da gente.
Escrito por Glauber Marinho às 05:36 5 comentários
sábado, 15 de janeiro de 2011
Memento
Do amor ao ódio
Do cálcio ao sódio
Do começo ao impulso
De necessidades avulso
Da comunhão aos bens
De todos tambéns
Da separação ao só
Do grão ao pó
Da imensidão ao minúsculo
Do espaço ao ventre
Da paciência que há entre
Do ódio ao músculo
Do tempo que corre
De todo momento
Do amor que socorre
De um longo tormento.
Escrito por Glauber Marinho às 08:12 3 comentários
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Quando se morre por dentro
Enquanto não se aprender a ter respeito,
a vida vai arrancar de dentro do peito
lições que poderiam se aprender observando
toda a imensidão do universo conspirando.
Então aprenda no primeiro momento.
O futuro é um horizonte em movimento.
Aprenda o caminho com quem tá vindo.
Errar, falhar pode até ser humano,
mas pensar que o mundo não está sentindo
é desumano, demasiadamente desumano.
Não precisa se antecipar a quem critica,
a distância é maior para quem fica.
A mentira machuca mais a quem guarda.
O acaso é uma brincadeira da sorte,
e não tem parte forte quando se acovarda.
(Em toda a vida há um risco de morte.)
Escrito por Glauber Marinho às 07:34 4 comentários
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Fortaleza
Venceu o medo do dia-a-dia.
Largou a velha vida vadia.
Encara de frente o tempo,
determinado a viver o momento.
Aprendeu que o forte da fortaleza
tá dentro das muralhas,
e não adianta usar os canhões com destreza,
ou então no final só restrão migalhas.
Compreendeu que a importância
quem dá somos nós,
não importa em qual instância.
Nesse aspecto, no fundo estamos sós,
é decisão nossa,
escolher se quer viver
ou ficar na fossa.
Decidiu não padecer,
buscando um sentido pra vida,
resolveu criar seu próprio,
e não cutucar a ferida.
Escrito por Glauber Marinho às 20:46 3 comentários
domingo, 9 de janeiro de 2011
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Sete vidas
Sem ter vida
sente a vida.
Sem tê-la vivida,
sentido da vida
sentir a vida
sem sentido vivida
dar sentido
e ter sentido
ávida.
Escrito por Glauber Marinho às 10:12 6 comentários