Sou poeta porque me faltam sonhos reais.
Sou poeta porque
vivo além dos meus ancestrais.
Assim sou como tal,
fazedor de realidades,
juntando os cacos
das banalidades.
Sou poeta porque o
mundo não me comporta.
Assim sou porque há
necessidade de revolta,
deixar transparecer
o que ninguém suporta.
Sou poeta porque não
há mais volta.
Nasci assim, vendo o
mundo de outra forma,
diferente da maioria
que se conforma.
Sou poeta porque
minha dor é coletiva
e até o final da
vida minha beleza será combativa.
Glauber Marinho