sexta-feira, 9 de abril de 2010

Esfinge


Ei menina linda.
Sabes o que penso,
percebes como eu vinha
e a que mundo pertenço.

Agora estou aprendendo
a decifrar sua esfinge,
afinal, não sei se estás sendo
ou se apenas finge.

Mas esse mistério
é o que dá impulso
ao que guardo no império
dos meus próprios impulsos.

Ainda tenho velhas batalhas
que deixaram migalhas
pra próxima luta interior,
por isso não sei que sabor
tem essa descoberta
ainda coberta pelo velho cobertor,
na forma ainda deserta
de um nobre desertor.

Próprio


Meu amor, se você soubesse
o que me causa esse sentimento.
Se você se entristecesse
com tanto descabimento.

Soubesse quanta mágoa e quanta dor.
Se você, próprio amor tende a imensidões.
Se inato ou não, coubesse nas suas ações.
Meu amor, você talvez não seja amor.

Definitivamente não funcionas do entendimento
nem sequer segue algum intento.
Pra mim tens vontade própria
como característica própria do sentimento.

Olha de dentro de mim,
pelo menos tenta me dizer
se você é ou não, enfim
parte de mim ou do meio.

Não sei, mas tenho medo de ti.
Eu que sempre te acolhi,
hoje me recolho com receio.
Não sei se és real ou estou ao meio.

Talvez essa conversa
chegue a algum canto
ou talvez fique no recreio.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Palavrarista


Quero brincar com as palavras
como um malabarista
joga seus malabares
e equilibra.

Não quero brincar com as palavras
como um advogado
sendo da ilusão
somente mais um gado.

Vou inventar
e ser palavrarista
um misto de malabar
e artista.
Jogar com a palavra
como um barista.

Arte com a palavra
equilíbrio, brincadeira
lavra de sabores
sons e emoções,
gostos e poeira.