sexta-feira, 19 de setembro de 2008

De adverso a auspicioso

E eu que durante todo esse tempo guardei
um pedaço de tudo dentro de mim
agora me desfaço de cada sentimento
desato todos laços e vou seguindo...
Vou me vestindo de desapego,
mas sinto em todos os sentidos um aconchego
E deixo viver e aflorar cada um,
tendo consciência das suas efemeridades
como em um passeio de bicicleta
pedalando, sentindo o vento no rosto
vendo as flores, as árvores, rios e mares
sabendo que estão passando por mim
mas que por um instante
e por este fugaz instante
eu vivi e fui cada coisa
que guardava antes.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

"O Eu é o mestre do eu . Que outro mestre poderia existir ?
Tudo existe , é um dos extremos.
Nada existe é o outro extremo.
Devemos sempre nos manter afastados desses dois extremos,
e seguir o Caminho do Meio." (Buddha)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Uni-verso Lhc

Cadê meu acelerador?
Cadê meu acelerador de partículas?
Quero criar meu universo,
buraco negro no multiverso!
Que esse verso seja uni,
não haja deus nem messias,
Jesus Cristo, Krishina, Elias.

Os paraísos nem eterno nem fiscal.
Nem dinheiro invente,
que ninguém se tente,
Todo mundo contente,

Sem pensar que mal e bem
de repente, possa vir a existir.
Criado o universo.
Quero que o perverso
a aversão e o controverso,
sumam com todos conceitos
pra não existir mais preceitos
e nem motivo algum
pra se criar preconceitos.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O animal

O animal cria sua imagem e semelhanca
Querendo garantir a paz superior
Tentando nao agonizar sem esperanca
Inventa um melhor amigo interior

Olhar dentro de si e perder o medo de se conhecer
É o melhor jeito de poder descansar
Ter consciencia e capacidade de errar
Sem julgar e querer.

domingo, 7 de setembro de 2008

De todo jeito do mesmo jeito

Lá vai seu filho caminhando. Pra onde ele vai indo? Em direção a lua? Ser lunático hoje em dia é tão natural. Brigar com o mundo não vai resolver problema. Deixe-o ir, que quebrar a cara faz parte da vida, um dia ele aprende ou, quem sabe, você aprenda a viver em harmonia com as diferenças. Pensar nunca fez mal a ninguém, não deixe que crenças e credos o privem. Ser lógico e racional pode não ser a única saída, mas com certeza fazem parte dela. Ele ainda caminha na mesma direção e, com brigas ele só aperta o passo. E agora? Qual é a sua certeza? Você que sempre soube ser sensato. Nunca se utilizou dos instintos? Viver não exige regras. Não é como um jogo, a gente às vezes é surpreendido, mas sempre é abocanhado pela experiência do tempo e assim continua caminhando...

O Futuro Que Me Resta

Ontem me perguntaram se eu sabia
Que futuro eu queria
Mas que falha que o deus
Tão perfeito me cedeu
Esqueceu de me avisar
Que eu seria uma grande indecisão
Uma imensa falha sem ação

Eu te peço a mão
E caminhando nos jardins
No escuro dos jardins
Sinto-me completo
Escondido nas sombras
Posso ver sem ser visto
Falar sem ser criticado
Amar sem ser amado

Mas no dia que sair
Meus olhos cegarão
E as falhas intensas
Como um rio, correrão
E desaguarão em imensa
E tamanha solidão

Ainda sim...
Depois de morto
Não largarei sua mão.

Tempo de seca

Ancorado nas lágrimas profundas do desejo
sigo rente ao fio cortante da vida
e a última gota de rancor que me foi tomada
cortou-me os punhos com a maldade de uma criança
fez sair deste belo corte em minha pele
uma triste e frágil lembrança
que trago em meu peito amargurado
um sentido coração flagelado.
Flagelado da seca que vive o mundo
da seca de amor que assola nossa trupi
me jogando ao relento sem punho e sem coração
e ainda sim...cravado no peito essa chaga,
permaneço inerte a ação desta praga
e dou um grito diante a este tempo,
AMO, por mais que seja a dor
amo, por mais que seja uma flor
amo, por mais que não haja amor!

Quero - Não - Quero

Não quero mais sentir
Quero ser sentido
Quero fazer sentido
Sem precisar mentir

Não quero que me ames
Quero que me odeies
Quero que devaneies
Com desejos infames

Não quero que me perdoe
Quero que me ature
Quero que o tempo dure
Que o tempo não voe

Não quero que vá
Quero olhar nos olhos, mas
Quero cem olhos
Para me olhar.

Tão rápido

Me dói no peito
Saber que não
Querendo os dois
E não poder fazer
Nada pra resolver
O que me arranca alma
e o que me tira a calma

O sono só adia a dor
Não quero dormir
Quero que acabe
Mas não quero falir
Com a parte que me cabe
Não quero que termine
Como um grande romance
Uma longa história sem fim
Um Romeu e Julieta
Felizes tão rápido
Quanto um cometa.

Utopia eufórica

Renasce alvo o amor
entrelaçado com doses de rubor,
baila em formas esculturais
entoado por valsas vienenses;

Circulam olhos a espreitá-la
ante o brilho de sua beleza,
gira em torno do salão
indo em direção ao valsar;

Amores tombam sem piedade
não resistindo a tentação,
concentra-se toda a majestade
unanimemente sem ação;

resistir é utopia
sentir a alegria, é
imaginar a euforia.

Sonho

Quem sabe se eu dormisse
E em sono pesado sua imagem aparecesse
E se eu sonhasse
E em sonho te beijasse
Ou apenas imaginasse
Que nem em sonho
Nem em imaginação
Sua alva beleza me deixa o coração
Mas não! Ela me toma a bomba
Transformando todo o sonho em pesadelo
Onde cansaço clemente corta meu peito demente
E em punhaladas lentas e dolorosas a carne se esvai
E apenas sangue e lembranças
Carregam as esperanças
De que um dia a realidade se torne sonho!

Silêncio

Um grito no infinito
Torna-se um mito
Um mito de um grito
Regido com maestria
Pela garganta a fora
A música gutural
Infinita ecoa
O mais belo som
Antes de qualquer ruído
Sem mesmo poder ser dividido
Pelo tempo atroz
Que corre feroz
E coroa em cada um de nós
Com seu correr
Tão mortal quanto o grito
Que teve o dispêndio no infinito
Depois de um silêncio bendito
Com um silêncio antes do grito.

Tímido

Queria eu poder chorar
Sentir o vento à me banhar
Criar coragem pra gritar
Que eu te adoro, sem hesitar...

Mas minha voz é baixa
Cala-se com um olhar
Como se dentro de uma caixa
Houvesse guardado meu gritar

Agora calado, sinto
Ainda sim não minto
Te adoro, digo sem hesitar

Mas digo baixo, no teu ouvido
Só pra você escutar
E dizer que não estou iludido.

Todo mundo e o resto do mundo

Todo mundo é certo pra si
Todo mundo é bom pra si
Todo mundo quer pra si o mundo todo
E o universo não é suficiente pra si
E entre mundos e universos
A única coisa que me resta são os versos.

(bela merda)
=oD

Vale dos urros

Naquela noite de chuva quente
Quando a nuvem beijou meus olhos
Em cada instante parado
Eu via o tempo se alongando
Se espreguiçava
Em épocas ligeiras e escassas

Se cada grito arrancasse terra
Um buraco negro o mundo seria
Um vale de urros
Tão ensurdecedor
Que até um surdo choraria
E transformaria em prantos
Toda aquela agonia.

Você amolece e eu endureço

Rumando ao sul em quentes pulsações
Motor ronronando pulsando, dilatações
Treponema entrando em fase de liberação
No ritmo do ronrom, em ascensão

Você vai amolecendo
Eu vou endurecendo
E rumando ao sul com sorte
Conseguirei chegar ao forte

Sussurros e tremores
Como em dias de carnaval
Zumbindo os tambores
Na pura consumação carnal

Entre urros e adjetivos diversos
Caíram em esquecimento os adversos
Lembrando somente do gosto
Azedinho-doce do sul da barriga
E esse sabor me inspira a “estiga”
E me faz afogar o rosto.

Queria ser poeta

Eu queria ser um poeta
Um exímio escritor de best-sellers
Adoraria ser aquele que ejeta
Sentimentos como sendo um profeta.

Vivendo a flor da pele
Com a caneta e o vinho tinto
Escrevendo silhuetas, e naquele
Caderninho escondido, distinto...

Pôr o nome dela
Que espreito da janela
Ao nascer de todas luas

Mas nunca fui correspondido
Por isso sou um poeta iludido
Por nunca tê-la visto nas ruas.

Que então regresse

Que então regresse toda a vida
Que não vivi como devia
Que então regresse a ferida
Que passou enquanto esquecia.

A dor da minha auto-ausência
Sem o âmago latente
Que tornou o espírito cabalmente
Atormentado na vivência

Ainda assim espero incessantemente
Que então regresse sem lamúrias
A dores que me causaram injúrias
E me dê a chance de viver utopicamente.

sábado, 6 de setembro de 2008

Por cima dos ombros

E no silêncio das minhas horas
Penso naquelas conversas esfumacadas
Nas descidas e subidas de escadas
Enquanto vivia na plena aurora

Era tao completo, tao doce, mas nao era sabido
Tinha temas tao distantes, tao divertidos
Tinha horas de nóias e horas desconcertantes
Mas tambem tinham horas de harmonia e sintonia

Naqueles dias, naquelas conversas
Naqueles encontros, posso ver hoje
Por cima dos meus ombros
O quão rara era minha alegria.

Peito de malandro

Sou malandro apaixonado do peito de concreto armado,
digo palavras que buscam a transcendência
entre o amor e a experiência,
recito canções aos corações apertados
e adormeço pensamentos sacramentados
em subconscientes nunca habitados.
Com simples gestos entrego flores
mas em meu mundo de amores
nem o “eu” é meu amado
e, seguindo em frente, calado
observo a solidão em mim
nos reflexos das lágrimas
que caem sem fim,
dos alheios olhos que vivem cerrados
e, antes que te deprimas
é melhor que eu vire o rosto
pois vendo em teu semblante
o quão grande é teu gosto
sentirei o mesmo que sentes
e cerrarei os olhos antes do desgosto.

Ô! Sócio

Hoje é o dia da angústia
Não temos como brigar
O país em pé de guerra
E o povo com medo de militar

Nos desfalques das malas
Dos grandes malas de gravatas
Nossos sócios fogem como balas
Num país de bravatas.
“Desfuncionando” os negócios
Correndo do tiroteio cego
Em busca da glória do ócio
Pra alimentar de todo dinheiro seu ego
E coçar o saco como Ô. Sócio.

Ô! Sócio fala, não faz.
Ô! Sócio diz que só quer paz
Ô! Sócio implica, proíbe e toma.
Ô! Sócio só faz é pôr o mundo em coma.

O som do sonho

O som bate no ouvido
Como a planta se espalha
Diferente da palha
O fogo que pega não é discutido
Num sonho veio a primeira nota
E o som dessa música morta
Ressuscitará como a fênix
De cinzas e fumaças
Alegrando as massas
Que corre como Gump
Atrás do som
Que maciçamente
Se encontra na mente.

O Reflexo da Dor

Era um garoto de pálida face
Suas mãos suavam
E em sua frente um espelho
Que refletia a angústia
Estampada no seu lânguido corpo

Medo se via em seus olhos
Que saltavam de suas órbitas
A boca trêmula balbuciava
Suas últimas palavras
Pronunciadas com dificuldade

Seu coração de batida acelerada
Quase lhe saltara do peito
E a dor em seu coração
O levou pra outros amores
E então repousou em seu leito.

Nosso castigo

Eu não queria dizer aquilo
Saiu da boca pra fora
Quando a lágrima caiu
Eu disse a verdade

Nas mãos atadas
Podia sentir o coração
De olhos fechados
Ao meu ouvido
Baixinho me disse:
Acabou

Agora meu caminho é cego
Piso em falhas
Corto-me em navalhas
Sem um estímulo pro ego

Mereço castigo
Mas não a morte lenta
Que me presenteaste
Mereço contigo
Morrermos juntos
Nessa amargura
Sem abrigo.

O Beijo

Alguém me viu descer as escadas da vida
E com as mãos atadas e com os olhos cerrados
Deixou-me escapar o último suspiro
Gritando de dor, a última lágrima foi decepada do rosto
E açoitando com um beijo repentino meu lábio
Fez-me levitar indo contra o sentido do caminho seguido
E abrir os olhos para enxergar o que passou e o que se passa
Resumindo minha felicidade em um beijo,
Então trancaram-se os olhos e a felicidade foi vista
Lacrando a razão, o pessimismo e a tristeza.

Criando Asas

As lágrimas que caíram dos meus olhos
Debruçaram sobre meu peito em imensa dor
Um sentimento esquecido chamado amor
Que ao som de suas palavras criaram raízes
Cravando a lógica de um louco em meu cérebro
Deixando a visão perfeita como de um cego
E a tristeza sem limites de uma criança
Despertando-me a esperança
Que outrora jazida em meu coração
Chegaste em tempo
De me deixar calado
De me deixar alado
De me deixar apaixonado.

Traçando a morte

O coração bate em lentos lamentos de dor
O ar rareia na plena magnitude do dia
A dor se aloja vermelha na bomba
e a fluidez do sangue contamina o corpo

A cada passo eu dou um traço
O desenho da morte vai se formando
A cada pincelada um sonho perdido
A cada cor um tipo de dor

O quadro do lamento surge
A vida termina
A moldura na necrópole aguarda a obra
e a morte está pronta!

Rogue

Me rogue uma vida,
uma vida sem rancores,
uma vida sem amores,
me rogue essa praga imensa,
que...quem pensa
sabe que a morte compensa
e julga a vida ambigüa,
mas é porque não sentes na língua
o gosto da morte,
e digo que hoje tens sorte
por eu estar perto da morte,
pois essa vida sentida
criou uma ferida,
uma ferida chamada morte.

Chronos

Na cara do tempo, cuspo
no cume da vida, vivo
na estrutura débil do corpo, morro
no ápice da morte, durmo

Nada passou na teia de vasos alojado em meu crânio,
minha larga angústia cresce em meu peito,
Chronos tornou-se meu inimigo,
agora vivo sendo perseguido a cada passo,
e de passo-em-passo, corro,
fugindo da amargura do tempo,
com pernas atrofiadas meus passos despencam,

Chronos me alcança, esbranquecendo,
envelhecendo, envelhecendo...
vou durmindo,
definhando definhando...
sonhando,
morrendo, morrendo...

...E meu Coração Sente...

Pálida como sua pele
A luz que me ilumina
Reflete em minha sombra
A solidão que me cabe.
Negros, seus cabelos
deslizam sobre a face
feições de um carrasco.
Lábios frios e suáveis
Escondiam palavras amargas

E hoje meu coração sente
A dor de uma perda
E meu coração sente
A força de uma morte
E meu coração sente
Que nunca tenho sorte
E meu coração sente...

Que agora o tempo me foi tomado
Que a esperança que me restava
Tornou-se pó como os restos
De sua vida na minha
E agora sozinho
Meu coração sente

E meu coração sente
A dor de uma perda
E meu coração sente
A força de uma morte
E meu coração sente
Que nunca tenho sorte
E meu coração sente...

Lembranças Simples Lembranças

Nos seus braços longos e fortes
costumava me apoiar.
Em suas pernas finas e tortas
costumava me balançar.

Tardes de letras, sol ou chuva
meu pai passava em seu colo
noites de conversas longas e estreladas
como lebres, corriam pelo tempo

Ainda criança balançado por ti
sonhos de olhos abertos, em brincadeiras
relampejavam esperanças
enquanto a vida caminhava sem sentido

Nas diversões do dia-a-dia
vários ferimentos sofreste
tombaste, assustando muitas pessoas
situações engraçadas. Vergonhosas
Oh! Minha infância fervorosa

Continha horas de diversão
momentos de seriedade
entre brincadeiras e verdades
sentado em minha cadeira todas as tardes.

Indecisão Introspectiva

Euforicamente introspectivo
Penso como seria se tivesse partido
Sem calçar ao menos os chinelos
Correndo em contra tempo
Nos cantos sentidos dos ventos
Chorando as lágrimas no relento
Esperando alguma decisão do desatento
Mas a introspecção do pensamento
Criou uma indecisão retumbante
Que bate em meu peito cortante
Criando uma dor angustiante
Latente no âmago do meu ser pensante!

?

Ontem, nasci
Chorei, comecei.
Hoje, vivendo
vivo vendo
Vi! Vendo!
vivo vivendo
E morrendo
Amanhã, só rindo
sorrindo
só indo
irei!

Eu sou

Eu sou o antro da melancolia
eu sou em suma, a própria agonia.
A crise existencial em ponto final,
O karma sagrado dos pensadores.
Eu penso nas angustiantes dores,
E caio no meu profundo ego
e me pego a pensar em sociedade.
Concluo então que não vivo no meu tempo.
O espaço que me resta me conforta.
Eu sou aquele que fecha as portas,
aquele que ruge ao tormento dos ventos,
que viaja junto ao astral dos astros inertes.
Me pego no maior movimento uniforme,
e me reporto à tempos remotos
procurando algo que me informe
o sentido de todos conformes
e ilumine tudo como fotos.

Epitáfio

Pode ser uma viagem
Pode até ser uma imagem
Tão real como miragem
Que bate nos olhos como a luz

E fingindo não ver
Meu vislumbre chega ao fim
Em gotas salgadas de querer
Que, por fim para a cova me conduz

Agora, em linhas disformes
Escrevendo em fontes enormes
O epitáfio de minha sorte

Vai fazendo-se entender
Como meu peito veio a falecer
E nele jaz minha morte.

Entre o sorriso e a noite

Foi-se o tempo em que o sorriso fazia parte do meu rosto
Algum coração prendeu minha alegria
Em que outrora vivia
Sorrindo a qualquer custo, apesar do desgosto...

Hoje...desolado, um sorriso se abre
Aquele meio amarelo
Que fingi que tudo está bem
Na noite, caem lágrimas na expressão
E fazem desaparecer o que sobrava de alegria

Amanhã é mais um dia de insipidez
Mais um dia de rancor
Mais um dia de remorso
Mais um dia de solidão

Se bons ares o tempo trouxer
Quem sabe palpita o coração?
E o bom ar que vier
Poderá mudar a situação...

No fundo defeito

Enquanto há tanto barulho
Dentro do peito
No fundo do então orgulho
Sinto um defeito
Meio que obscuro
No fundo do peito
Dentro orgulho
Há um defeito
No peito
O barulho
No fundo,o orgulho
Um obscuro defeito.

Diferença complementar

Em olhares ligeiros e singulares,
Particularizava pensamentos,
Até o dia de mudar os ares
E expressar sentimentos, quando então
Fui presenteado pela foto de um conhecido,
Depois nocauteado por um sentimento não sabido.
Não sou crente em destino, mas sou teimoso
E digo: o meu coração é um fulguroso.
Um pulsante n’outra teimosia,
Uma alegre e dolorosa agonia.
E, foi a dualidade entre tantas duas coisas
Que me levou por onde agora sigo.
Hoje sendo os dois uma unidade
Complemento de força e vontade
Diferença respeitosa e aparente
Aprendemos a prestigiar o ente,
A expressar o que se sente
E a brotar a cada dia...pra sempre.

Num adianta de nada

De nada adianta
Tentar sorrir
Simplesmente pelo fato
De saber sorrir
De nada adianta
Tentar chorar
Pelo simples fato
De saber chorar
Tem que vir de dentro
Como um lamento
Vir de dentro
Como um grito de ódio
Tem que vir de dentro
Como o amor
Que se aguarda
E se espera
Antes de tomar conta
De toda a dor.

Criatividade

Debruçam-se pensamentos
sobre uma mente serena
voam ao relento fragmentos
trazendo a tona todo dilema
iluminando a vasta escuridão subconsciente
torna-se mais forte, inevitavelmente
e inconscientemente o inevitável
novamente se faz presente
e em cada cabeça, cada memória
cada detalhe de cada história
se fundi criando uma nova glória.

Conforto do Tempo

Faltam horas pra passar
falta silêncio pra pensar
algumas tralhas pra arrumar
e o coração pra esquecer

faltam memórias pra apagar
a frase certa pra encontrar
na hora exata de dizer
quando nada de mim sobrar

faltam sorrisos pra alegrar
as flores em meu jardim
faltam zelos e afetos
coisas naturais pra mim

falta uma grande mudança
pra trazer esperança
falta naturalidade pra encarar
e maturidade pra falar a verdade

falta sinceridade pra contar
que a gente sente falta
e dentre tantas faltas
me falta falar
que o que me conforta
são as horas
que ainda faltam passar.

Conto

Conto contente como corri
Numa noite nublada no nada
Andando adiante apressadamente
Deparei-me diante do defunto
Parei...Prossegui, pensei:
Como numa noite, andando apressado,
Diante do defunto parei pra pensar?
Como ante ao necrótico corpo parado
Não podia pensar a não ser correr
Pórem, correndo pensando,
Dei conta que correndo pensando
Acabo pensando correndo
Em apressados passos
Tropecei nos pensamentos
E caí num fosso de esquecimento.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

E no dia do renascimento agnogênico...

Desconheço.
Movimentos de momentos e movimentos...movimentos
circulares, disforme...conforme o que for procedendo

desconforto mental
ansiedade gigante
momentos entediantes
é cortante
sou? Não sou
Essa confusão?

A vida é uma coincidência
Piquenas...pequenas e cada vez maiores
Até se dispersar e retornar ao có.
Um emaranhado de incidências
Enroladas no mesmo novelo
Ao som de um delirium
Ecoando com o interior
Inerte no nada
Observando
Muita luz, muito forte

É de dentro...
Vem de dentro
Vem da alma
Raiou como nunca o sol
Raiou de dentro do meu peito
A explosão de luz luz luz luz luzzzz
Sensações sentimentais não sentem tanto
Toda anunciação tem seu deleite
Na confusão

No mundo que meus movimentos são estáticos
Meus pensamentos divagam do tempo em que os relógios comem

Abstração Una

Eu soube de uma nova deli...delícia
Das duas torres torradas de new york
Buda, peste, me disse que em jerus além
das fronteiras dos muros da consiciência
Não há guarda na sombra do multinacionalismo
Para capar o capuz da sobriedade.
Globalizado seja o vosso nome em suas cabeças
Unificado seja o nosso mundo
Crucificado sejam os preconceitos e desrespeitos
Analisados sejam nossos conceitos
Rama rama, dalai a lama a quem a chama
Sortidos sejam nossos sorrisos
Sou eu, me, mim, comigo
Sou tu, ter a ti, contigo
Somos-nos, nós, conosco
Somos todos resultados
da mesma soma uns com os outros.

A hora da partida

Sinta o quão amargo é o meu sangue
Rasga a lânguida garganta
Suga-me até o ódio
Cospe a dor ao chão gelado
Abre a ferida cravada à carne
E lança teu feitiço no peito
Laça o coração e toma-o em suas mãos
Empurre garganta adentro
A emoção desejada
E joga em meu peito de repente
Deixando assim teu sabor
Teu suor...Tua dor...Teu amor
Pulsando a cada lenta batida
Implorando em cada movimento
Em cada doce lamento
A hora da partida.

Apresento-me

Bob Marinho, nascido ao norte, vivido ao leste e permanecendo no mundo...mas sem muita enrolação, como diriam os novos baianos...

"Vou mostrando como sou e vou sendo como posso. Jogando meu corpo no mundo, andando por todos os cantos.

E pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto. E passo aos olhos nus ou vestidos de lunetas.

Passado, presente, participo sendo o mistério do planeta.

O tríplice mistério do "stop", que eu passo por e sendo ele no que fica em cada um.

No que sigo o meu caminho e no ar que fez e assistiu. Abra um parênteses, não esqueça que independente disso eu não passo de um malandro. De um moleque do Brasil, que peço e dou esmolas.

Mas ando e penso sempre com mais de um, por isso ninguém vê minha sacola."