segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Livro. A vitória de Victória


Fica disponível aqui o primeiro Romance, é, Romance experimental ligando vários elementos e diferentes formas, do autor Fernando Grilo.

Lançando trabalho independente e assim sendo a internet é o maior vínculo para divulgação gratuita.


http://www.4shared.com/file/RElCInXr/A_vitria_de_Victria.html


O blog dele é: http://lexicosandcharutos.blogspot.com/
Boa leitura e agradeço a colaboração.

Glauber Marinho

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Aproveitar-se


Isso tudo é um treino diário,
não virar do tempo um retardatário.
De experiências não existe dicionário.
Trata-se de um passo de cada vez,
pra não virar freguês da ilusão,
cuidar do coração,
e não alimentar o ócio.
Fazer valer todo o tempo,
Todo o tempo que posso.
Não deixar que escorra
sem que o próprio morra,
com o maior proveito nosso.

sábado, 13 de novembro de 2010

Réquiem ao além


Planejo, almejo, quero e desejo
o meu mundo, segundo um lampejo.
Imito, medito, acredito, transmito
e acordo a bordo de um mito.

Condigo com que digo senão, castigo,
e se não me fizer sentido, intrigo.
Espero, austero e quero esmero,
do contrário, tudo que sinto enterro.

Vou aquém do amém nesse réquiem,
agindo, corrigindo e grunindo.
Na mais bestial canção ao além,
e o ciclo continua seguindo.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sonhador


Alguém quer amor?
Tenho bastante amor e é que de graça.
Descobri hoje uma forte desgraça,

a traição também ronda minha praça.
Porque tenho que ser sonhador?

Alguém quer amor?
Não cobro nada além de respeito,
pode ser teu o que guardo no peito,
não me deixe levar o fardo pro leito.
Porque diabos sou sonhador?


Ninguém quer amor.
Todo mundo quer sacanagem.
Não importa a essência,
muito menos a imagem.
Importa, sonhador,

ter paciência e coragem.

sábado, 11 de setembro de 2010

A lua se pôs


A lua se pôs,
e se foi com elegância.
Deixou pra trás a arrogância
e foi em frente e não se opôs.

Aquela calma, aquela cólera,
sentimentos (o)postos à fora
foram raiando em comunhão
no final daquela escuridão.


Raiou o dia,
nasceu o sol com disposição

de longe nem aparentaria

que todo amor se pusesse em solidão.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Deixa





Quero chegar no teu coração
arrancar sentimentos bons
Baixa a guarda pra minha mão passar
eu só quero tocar
não precisa brigar
basta deixar que passe
que ultrapasse as barreiras

deixa que das maneiras
eu tomo conta
eu nunca quis ser afronta
apenas o sangue
que teu coração bombeia.


Lapisagem







Nas horas de tédio
construo imagens
como remédio.



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Funk that!


I'm feeling the streets
the streets are my bed
and the stars are my sheets
so, let's funk that shit.

Do you know what i'm talking about?
or I need to pick up the chalk
to make you learn to walk?

what else you got?
what else do you need?
so, let's funk that shit.

All we need is inside
and everyone side by side
look around, can you feel the beat?
no worries baby, don't fear the streets
come with me and
let's funk that shit!

sábado, 3 de julho de 2010

Tão sumido


Tenho sumido como o amor de amigo.
Desaparecido de mim como um culpado

que disfarça ao mundo um ódio fingido.

Tenho sumido porque do amor sou antigo

e lhe faço companhia no exílio,

uma espécie de auxílio calado.


Tenho sumido pela descrença

na encrenca do caminho seguido.

Talvez não valha o que se pensa,

ou de todo contrário ido

valha mais do que compensa.

Sumo porque não me encontro no mundo.


Ando escasso de mim mesmo

que meu melhor pedaço é vagabundo,

e desapareço dentro de um alesmo,

e de longe, de dentro, ainda observo.

Sumido, erradicado do meu melhor

olho ao redor e me reservo

e ainda assim, não consigo esperar o pior.

domingo, 30 de maio de 2010

Revira e volta

Tenha paciência
na sua revolta.
Senão não há decência
na hora da reviravolta.

A rinha que tinha

Tinham coisas
e essas coisas que tinha
lhe faziam o que detinha.
De ter o que tinha
levou a uma interna rinha.
E ria e chorava
enquanto lá dentro
aquela velha rinha amargurava.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Às sem são

O que procuro
não se acha dentro de nada,

nem está escondido.

Não vem da estrada.

nem é um elo perdido.
O que procuro é a simples caminhada

de um coração partido

entre o compasso e a parada.


O que procuro
não são ossos quebrados,
nem é algo inalcançável.

Está além dos quadros
e é maior que o louvável.

O que procuro são estados

de consciência não questionável

e de espírito não exaltados.

Menturbação

Impressionante,
embora distante,
estonteante.

Lasciva,
embora nem sinta,
o gosto na saliva.

Simpática
e tempestiva,
embora dramática.

Encanta,
com sua figura
esculpida no torno.

Sua forma,
consome todos olhares,
que de inveja deforma.

Ah, se tivesse maior contato.
Se de dentro pra fora chamasse,
de fora pra dentro, no tato,
todo desejo ejaculasse.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Esfinge


Ei menina linda.
Sabes o que penso,
percebes como eu vinha
e a que mundo pertenço.

Agora estou aprendendo
a decifrar sua esfinge,
afinal, não sei se estás sendo
ou se apenas finge.

Mas esse mistério
é o que dá impulso
ao que guardo no império
dos meus próprios impulsos.

Ainda tenho velhas batalhas
que deixaram migalhas
pra próxima luta interior,
por isso não sei que sabor
tem essa descoberta
ainda coberta pelo velho cobertor,
na forma ainda deserta
de um nobre desertor.

Próprio


Meu amor, se você soubesse
o que me causa esse sentimento.
Se você se entristecesse
com tanto descabimento.

Soubesse quanta mágoa e quanta dor.
Se você, próprio amor tende a imensidões.
Se inato ou não, coubesse nas suas ações.
Meu amor, você talvez não seja amor.

Definitivamente não funcionas do entendimento
nem sequer segue algum intento.
Pra mim tens vontade própria
como característica própria do sentimento.

Olha de dentro de mim,
pelo menos tenta me dizer
se você é ou não, enfim
parte de mim ou do meio.

Não sei, mas tenho medo de ti.
Eu que sempre te acolhi,
hoje me recolho com receio.
Não sei se és real ou estou ao meio.

Talvez essa conversa
chegue a algum canto
ou talvez fique no recreio.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Palavrarista


Quero brincar com as palavras
como um malabarista
joga seus malabares
e equilibra.

Não quero brincar com as palavras
como um advogado
sendo da ilusão
somente mais um gado.

Vou inventar
e ser palavrarista
um misto de malabar
e artista.
Jogar com a palavra
como um barista.

Arte com a palavra
equilíbrio, brincadeira
lavra de sabores
sons e emoções,
gostos e poeira.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Ordem pela guerra


Feriado universal.
Luto absoluto.
Descobriu-se o pré-sal.
Acabarão, das indústrias, o desespero,
e virá a renovação
de seus estoques de dinheiro.
Mudarão de lugar
a sede do capitalismo,
depois virão nos alugar
dizendo que no brasil
tem terrorismo.
E que o povo aqui é hostil
é o que vão alegar.
Começarão as discussões,
propagandas tendenciosas,
entre segredos e reuniões,
tentarão o domínio
com ações maliciosas.
Resistência diante da injustiça,
gerarão brigas debaixo dos panos.
Acham que, do mundo, são a polícia,
os governantes americanos.
Então virá a nova guerra,
mas não se preocupem,
é só pra manter a paz
e a ordem na terra.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Haikai

Poeta bom, poeta morto
preciso morrer
mais um pouco.




agradecimento ao amigo Fernando
do Lexicos & Charutos
abraço

terça-feira, 16 de março de 2010

Sem-logismo

O amor tem pressa
A pressa é inimiga da perfeição
Nada é perfeito
Logo: ?

Pessoesia

é poesia andando
um passo
e já vai mudando

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

E poesia se explica?

Poesia não é regra
que se aplique.
É coisa de pau-a-pique,
ar que se recarrega
dentro do alambique.

Falando em rima

Será que existe clima
pra uma peleja?
Algo de esgrima,
com gramática,
mas nada de física
ou matemática.
Somente o que
o sentido almeja.

Dando corda à poesia

Se meu violão falasse.
Ele, cantando, diria:
mulher, minha viola.
Toca o amor
nas minhas cordas?
Desce uma cerveja
e arranca a tristeza
quem me assola.

Toca esse samba
sem falar de amor,
tristeza, melancolia.
Dessa vez quero
que presenteie com calor
e encha a roda de alegria.

Se meu violão falasse.
Diria: mulher, viola minha
violão e viola é a sina
de um amor com samba
e esse amor nasce nas cordas,
começa na sua
e termina na minha.

Rai-cai

Poesia
minha alegre
anistia.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

atravessei o mundo inteiro
e parei no meio

agora tô parado no meio
do mundo inteiro.


a poesia
é brincar com a palavra
feito o mar com a maresia

não quero impacto
quero o pacto
da alma com o intacto

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Do amor

Platônico acontecimento,
que não entra e nem cabe
na memória e no esquecimento.

Incompreensível mistura.
queima por dentro,
invade com candura, e
por muitas congela o tempo.

Às vezes arma outras desarma,
uns dizem calma, outros, é karma.
Mas o que ninguém diz é,
te acalma, tenha paciência.
Um dia ele vem é buscar tua alma.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A sombra da luz de um poeta

Poeta, bendito poeta.
Consegue enxergar luz
que a sombra projeta.
Poeta, que a palavra seduz.

Como a dança das gueixas
num cabaré de paris.
Como todas as queixas
que o mundo bem diz.

Poeta, que ama,
mas ama tanto
que reclama.
Portanto, poeta,
projete-se na luz
que a sombra acerta.

Ao que resta

Ao que a ciência me diz
sobre o alvo centrismo,
e ao que a experiência condiz
em acordo com o egocentrismo.

Ao que ontem gritei,
que hoje se cala.
Amanhã serei depois,
e antes de toda fala.

Não me cabe dizer
nada a ninguém.
Não cabe a mim condizer
o que rezo com um amem.

Se o que prezo
está mais aquém
do que gostaria
e além disso tudo
ainda me resta alegria.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Haicais

Mosquitos de inverno,
no frio que seja,
trazem o inferno.


Odor da noite,
escuro da história.
Oh dor do açoite.


Ás escuras, inocência.
Ás claras, decência.
Ás cinzas, prudência.


A fome que à noite late
é espancada
pela preguiça que bate.