sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Fazer poesia

Fazer arte
é criar um mundo a parte.
Destarte, se inventa novas visões.
Como de repente uma mistura,
sutura de colisões.
Expressa direta ou indiretamente
o que ninguem vê,
mas basta crer na fantasia,
na maravilha do poder de criação.
Fazer arte, criar mundos
varia em demasia,
costurar panos de fundo.
Criar arte também é
fazer poesia.

Do jeito que vem

Já não quero confirmar
que o que aconteceu
foi por simples destino.
Deste hino, já não comungo,
muito menos preciso de arrimo.
Sobre esta rima, nem resmungo
e dessa palavra nada inclino.
Sem destino nem coincidências,
as coisas simplesmente acontecem,
sem nenhuma razão de ser
ou com alguma decência.

sábado, 14 de novembro de 2009

Dorme

Dorme minha melancolia,
deixe que a alegria desperte.
Deixe que o sol me acerte,
queime minha pele,
me faça sentir a vida.
Deixe que cubra a velha ferida.

Dorme melancolia.
Já não vês que não és bem-vinda?
Vá e leve contigo essa agonia,
essa de não saber o que incomoda.
Vá, divirta-se, quem sabe
não aprendes que estás fora de moda.

Adormeça contigo todos seus parentes,
e leve embora toda essa dúvida
do que é dor e o que é dente.

Um dentro do outro

E em uma manhã acordo
como se nada tivesse acontecido.
O mundo todo em acordo
e o mal todo esquecido.

A velhinha conta dinheiro na rua,
e no psicólogo, a preocupação,
em prantos sem a habitual atenção.
E a moça bonita a olhar a lua.

Das casas, as janelas de braços abertos
acolhendo em longos abraços as brisas.
Os bancos todos fechados, sem necessidade.
As ruas, praças, lotadas de sorrisos à vontade.
Sentados nos bancos e jogados aos braços da liberdade.

Dos problemas só as soluções
brincando nos parques da consciência.
De tudo melhor as ações
deixando de lado a palavra-ciência.

Os costumes, já desacostumados com a paz,
saem mostrando as caras nas ruas,
E os receios todos corajosos, fora da alcatraz,
e todas as verdades andando nuas.

E como o poetinha vagabundo:
de repente, não mais que de repente,
vem abaixo todo esse mundo.
Acordo, dessa vez fora do sonho,
levanto ainda com a preguiça pungente.
Vou ao banheiro, olho no espelho e continuo bizonho.

Por mais jazz

Por mais
que o mar
me chame.
Por mais
que o cais
me expulse.
Por mais
que o motor
esteja ligado.
Por mais,
todo o mais,
há mais
e sempre
haverá
jazz.

sábado, 31 de outubro de 2009

O que te desconserta


O que você faz na hora do aperreio
O que você pensa na hora do freio
O que te faz perder a paciência
O que te faz agir com prudência
O que te deixa sem respirar
O que te tira do lugar
O que mexe com teu ego
O que te deixa cego
O que move teus pensamentos
O que aterroriza teus intentos
O que derrete tuas ações
O que blinda tuas emoções
O que brinca com tua felicidade
O que deixa pra hora da verdade
O que te faz perder o humor
O que te faz sentir rancor
O que te coloca na tua posição
O que te prende na tua prisão
O que corrói tua semelhança
O que te deixa cheio de esperança
O que busca até o fim
O que nunca é tempo ruim
O que te dá mais medo
O que sai do teu próprio dedo.

Auscute


Duvido
que o ouvido
ajude e mude
a inspiração
do indivíduo.
Que não escute,
enfim auscute
o que acontece
no umbigo.

Homem natureza


O vento balança
coreografa uma dança,
estremece a terra,
destrói e erra.
O vento, a mudança
que traz a confiança
de se reerguer
de uma velha guerra.


Vir
ir
deixar
que vá
e viva.

Cuidado!


Não mexa
contigo.
Tu podes
virar
teu castigo.

Sem dizer


Não digo mais
"te amo".
Esse negócio
de dizer
é demais
quero é
sentir
e deixar
viver.

Teimoso


Até que alguém
me grite
ou me bata.
Não quero
que ninguém
dê palpite.
O meu coração
é na chibata.

Interno


De mim
de dentro
enfim
me entro
e sento
sinto
a fio
no íntimo
o ânimo
intimo
e animo.

Pela manhã


A luz que reflete
me conduz
e me remete
até que acorde
e me desperte.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Errante


Ainda vivo o sonho infante,
na velha caminhada errante.
O começo, mérito aos beatniks,
e o tempo correndo a todo pique.

Contínua busca incansável
pela efêmera felicidade,
pura, plena e inefável.
E, ainda assim, me basto em sinceridade.

Amor pelo trilho.
O trem como utensílio.
Do meu peito a estrada dispara,
e, haverá de parar somente no dia
em que toda essa magia
em mim, se tornar rara.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Adotarei

Sossego ao ponto cego.
Descanso da alma,
mistura com ego.
Do aconchego à calma.

Bom demais pra ser verdade.
Tudo não passa de cortesia
do tempo com a vivacidade.
Absurdos à mais pura aresia.

Sossego, alma, ego,
calma, aconchego, cego,
tempo, verdade, cortesia.
Absurdos da mais pura fantasia.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Amorfossíntese

Antimofo, ex-planador, espana a dor
do pretérito, tudo na memória.
Criação do tempo, esse completo torpor.
Homem criando história

Mofo, amorfo no espaço sem matéria.
De tempos e tempos sem movimento,
aproveitando toda imensidão sidérea,
no meu mais profundo pensamento.

Antimofo,
ex-planador,
espana
a dor.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Embora nem sempre

Vou falar comigo mesmo.
Quem sabe assim
não jogo palavras a esmo.
Pode me chamar de prepotente,
mas quando se sentir impotente,
não coloque culpa no alheio.
Pense direito, no centro.
Sabendo que existem dois lados
e o caminho correto do meio.

Vejo tudo do lado de fora,
como o vento que traz a aurora.
Esqueço boa parte do que percebo,
embora saiba que nem sempre
prefiro pensar entre
os extremos que rondam
minhas horas.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Deixem o Poeta Falar

Entre o tumulto
ouviu-se um grito
e no meio, um vulto.
Alvoroço infinito.

Ninguém ouvia nada.
Todo mundo falava.
Multidão descarada,
querendo discutir
quando ninguém calava.

No meio do pandemônio,
um poeta pediu palavra
e logo gritaram: demônio!!
não lhes deem ouvidos.

E paciente este foi.
E no seu canto, emudecido,
esperando seu momento ficou.
Então alguém gritou:
DEIXEM O POETA FALAR!

e o poeta levantou
e disse:
Amem.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Do medo

Depois de um tempo
a gente perde o medo de errar
e erra como sendo um acerto.
Tão gostoso é aprender a agarrar
o aprendizado até no desconserto.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O sapato aos pés

Das minhas notas eu tiro canções.
Das minhas botas eu tiro passos.
Dos meus sentimentos, corações.
Da minha vida desato laços.

Das minhas cordas desato músicas.
Dos meus passos o meu caminhar.
Do meu coração, sentimentos gastos.
Do meus laços o desembaraço o ninho.

Da minha imagem, meu retrato.
Do meu reflexo o meu ato.
Do meu conceito meu sapato.
Da minha estrada, meu fato.

"Se é de batalhas que se vive a vida"

Quando não canso,
não tenho procurado.
Se procuro o descanso,
canso por ter procurado.

domingo, 12 de julho de 2009

Amante

Um dia,
eu quero ser
embreagante.
Depois
do sexo,
um espumante.

As(sina)s

A minha sina
é minha escolha
que assina.

Branca de Neve

Aquela menina,
que veio da oca,
breve, leve.
Nada de heroína,
Somente Branca de Neve.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Além da casca

Na eternidade dos astros, nos microcosmos dos átomos.
Entre quarks e glúons, em universos longínquos.
Percebo que recebo influência das mais diversas essências.
Sinto a energia do pulsar das mentes em efervescências,
e na efemeridade dos passos sinto o tempo oblíquo.

Descasco o etéreo, e recebo a imensidão sidérea.
Busco em toda a imersão o fator único.
Canalizo tudo na mente de infinita área,
e esqueço em parte o mundo carbônico.

Amanheço em minha suma matéria.
Desperto pra meu caminho.
Caminho em direção a Etérea,
Lugar onde farei meu ninho.

domingo, 21 de junho de 2009

Canis sapiens

Esse negócio de raça humana.
Isso não existe.
Somos todos seres humanos,
mesmo tom de pele diferente,
olhos diferentes,
cabelos diferentes,
estaturas diferentes,
mas somos todos iguais.
Cachorros sim, estes tem raças.
Apesar de serem diferentes, são iguais.
Aliás, eles nem se tocam, nem sabem,
nem dão importância às diferenças aparentes.
Nem se dão conta que,
raça é só uma palavra,
uma classificação.
A real diferença,
é que seres humanos
param pra pensar nessa situação
e agem de forma arrogante.
E isso porque supostamente
somos o homem sapiência.

A uma moça

Entrépida
Senhorita,
teus
encantos
persistem
homericamente
a dizer
não.
Insisto
Então.

A uma pata

Rastros de sangue
andam seguindo meu
peito que arde.
Homem apaixonado é
assim, morre todo dia
experimentando as formas de
lutas e batalhas pelo que
acredita

Corazón nonsense

Não aguento mais essa balela
de achar que tudo está nela.
Suprimir as coisas do sentido,
deixar levar-se pelo abatido.

Este coração já não se adianta,
está cheio de batalhas nonsense.
Agora vai atrás do que encanta.
Consciente de que nada além das partidas,
que a vida apita, lhe pertence.

O melhor nadador
é o gameta
que de milhões, nada
direto pra gaveta.

A inteligência, de fato
nos leva a hesitar,
no ato de sapiência.

O fator consciência
é uma ciência
sem coincidência.

A consciência
é o descanso
da ciência.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

G.R.A.M.C.S.

Eu, que lágrimas derramei,
que em noites me escondi,
que em muitas escorreguei.
Em longos sonhos debrucei
pensamentos e desejos por ti.
Percebi que momento nenhum
fui suficiente exemplo
pra trazer alegria
uma simples e vadia
risada de dentro
do seu templo.

De repente você me intima
e diz intimamente
que tem medo.
Ficando com receio
de contar segredos.
Pede olhares nos olhos
com as mãos atadas.
Você naquele instante
esqueceu de viver.
Fluindo pretéritos e futuros
tudo, menos gerúndios,
participando de cada
sentimento agarrado,
nos extremos
de uma vida.

Ouvi dizer
que o que se faz
não volta atrás.
Se tens receio,
não creio que farás.
Como diria o provérbio:
Há três coisas
que não olham pra trás,
mas que seguem em frente
e trazem o que
nem sempre nos satifaz.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Planta que nasce

A minha mente
mais que tudo,
hoje em dia,
é poesia.
Semente
que nasce
com o fruto
do dia-a-dia.

domingo, 14 de junho de 2009

Passa[li]geiro

A aresia,
uma estrutura concreta.
Uma efemeridade discreta.
Poesia que mais tarde
se deleta.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Presente ultra passado

Agora
é o que resta
de outrora.

Deloquência

Tem dias
que eu não me caibo,
eu me arrasto,
e me acabo.

Cochicho do silêncio

No silêncio
das noites escuras.
Claros pensamentos
me vem em canduras.
Jogados ao relento
ao léo
no alento
triste
como um amor
desatento.

Vislombrando

Um dia quem sabe,
voarei naquela nave,
para longínquos lugares.
Onde todo mundo,
todos os ares,
tudo seja
mais suave.

Emputessência

A vida
é uma puta
de uma mentira,
e a gente
vive
em busca
da verdade.

Desgressado

Encurralado
num beco sem saída.
Rumando a morte
da vida.

Do horizonte

Dizem
que quem é artista
é criança.
Por visto
há esperança.

domingo, 7 de junho de 2009

A um poeta

A poesia
é como o gozo
se explicado
perde o encanto
todo.

domingo, 31 de maio de 2009

Entre antes e depois

O inconstante gira com o mundo,
e assim figura o segundo.
Presente, se não constante,
constantemente incessante.
Figuradamente ou,
desfiguradamente
se faz o instante.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Do que veio pra veia

Do dendê na língua
o gosto da África,
vindo de tempos
de dor amíngua.
Me vem na mente
aquele cheiro de poesia.
Do simples composto,
de amor e azia.
Embalado por sonhos,
desiludido de fantasia.
Indo e vindo.
Treinou, remou.
Tombando e caindo.
De banzo morreu.
Balançou e aprendeu.
Levantou e lutou
e por fim viveu.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Foi-se pela foice

O tal antiquado,
antes fosse quadrado.
Pintura moldando o quadro.

Aquela vivalma,
antes fosse quadro.
Pintura moldando a alma.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Haicai

Entre ser e estar
prefiro muito mais
deixar pra lá.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Nem sempre

Todos os ritmos
Todas as cores
Todas animas
Todos amores
Mas se tem uma coisa
Que nem sempre combina
É a tal da rima.

Dazart

Primo pela arte
Sem fazer parte
Dessa discrepância
de beleza sem sentido
perco a tolerância
quando o nada
não é ouvido.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Haicai

Se paro pra escrever,
disparo
em pensamentos.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Haicai

Às vezes
entro pelo cano
todavia, salvo engano.

Haicai

Esse hacai
v__a___i
que c
_____a
_______i.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Haicai

Um bom haicai
como o samba, é bamba
balança mas não cai.

Haicai

Ah, a lua
lugar de poetas
e consciêcia nua.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Macabo naidea

Não sou intelectual.
Não sou esculpido em madeira.
Nem sempre sou atual,
mas as vezes chego na beira.
Queria ser profundo nas ideias,
que agora é sem acento.
Mas só me basto em espaço,
me jogando no alento.
Tenho sangue nas veias
E nunca serei feito de aço.
Antes de virar commodity,
vou pra rua e dou um grito.
Não quero alguém me dite,
o meu caminho eu dito.
E sendo assim,
na antestreia dessa epopéia
macabo naidea.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Boa viagem


Vou decifrar o chão de estrelas
Flutuar entre astrais e poeiras
Desvendar os segredos do mar
Aprendendo que o bom é sonhar

Ser diferente
Provar que ser gente
Não é ser comum
É ser simples mente
Diferenciado
Sair e voar
Na cola dos cometas
Aprender a andar

Vou desencadear o ar quimera
Acordar na viagem etérea
Sem me preocupar com o que era
Não me deixando levar pela matéria.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Bom é ser diferente

Foto por Juju

Cansei de ser humano, vou-me em boa hora.
Vou pro espaço. Não ser astronauta.
Transformar-me-ei numa nova espécie.
Dos que aqui deixaram a matéria,
mas que desejos e anseios,
sentimentos e peculiaridades,
muito mais do que ausentes
estejam latentes nos confins dos cosmos.
Talvez ser extraterrestre seja uma boa ideia.
Talvez estes realmente tenham consciência.
Uma sociedade civilizada e verdadeiramente organizada.
É, decidido! Vou virar ET.
Quero também ver tudo colorido,
como as maravilhas do país que Alice um dia visitou.
E no fim do arco-íris quero ver aquele pote de riquezas
Viajar com a luz, de um lado pra o outro dos universos
Ser extraterrestre é que é bom.
Viaja tanto por tantos lugares
Vendo, criando ou vivendo inúmeras possibilidades.
E o mais inacreditável é que ainda sim
muitos sempre se prendem aos detalhes.

domingo, 12 de abril de 2009

Semanas


Nas segundas sou recomeço
Nas terças rotina
Nas quartas razão
Nas quintas sou meio
Nas sextas coração
Aos sábados sou bar
Aos domingos ressaca
Todo o dia sou impermanência
Necessariamente na ordem mesma não.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Reciclo



Importa o traço

Não importa o que digo.
Não importa o que faço.
Importa se condigo
com tudo que traço.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

É mesmo?

É preciso viver pra ter o que escrever.
É preciso perceber pra ver acontecer.
É preciso saber que não é em vão.
É preciso correr no meio da multidão.

É preciso movimento pra fazer.
É preciso sentimento pra nascer,
senão, nem preciso dizer.
Que somente estar no mundo
não é sinônimo de viver (cerscer).

É preciso andar pela estrada
sem pensar no ponto de chegada.
É preciso observar a natureza
e aprender não só com sua beleza.

É preciso não só saber o que deve.
mas sim saber o dever do não saber.
É preciso ter consciência leve
pra seguir caminhando sem se perder.

É preciso viver pra escrever.
É preciso escrever e viver.
É preciso nascer todo dia.
É preciso sempre levantar um bom dia.

É preciso isso e aquilo
que a gente toda a vida escuta.
É preciso estar tranquilo,
mas também estar sempre alerta.
É preciso ir à luta
e manter a mente aberta
e a lei universal da permuta.

terça-feira, 31 de março de 2009

Desumaninadeando

Triste ver-se definhando por esperança.
Vendo que a cada dia ou com o passar das eras,
o homem se torna, em parte grande, em parte pequeno.
E nessa luta entre o eu e a anima,
galgada de milênios e milênios
a casa vai caindo por consequências.
Virando água, virando pó,
e que dessa mistura, da água e pó
retorne a tudo que nada é.
Que na ponta da calda do cometa
que anda pelos astrais ancestrais,
leve a um caminho onde não precise
de confiança pra viver o hoje e
que sirva de impulso para viver em paz.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Idiomatic mixtura

Por sobre seus whispers hot
deslizo minha body language
queimando de vez this sensation
fazendo dos sentidos an intoxication
levantando totalmente in homage
só de pensar in your slot

Darling, vc com seu decote
drive me a loucura
living toda doçura
showing seu instinto forte.

Uma ponta de desígnio

Acenda aquela ponta e dê um pega
pra capar esse sentimento brega
prenda, espere até que a razão
perca toda sua falsa função.

Transforme em paz esse furacão.
Passe, distribua, compartilhe.
Engatilhe a positiva energia
atire, sopre, irradie.
Espalhe toda essa alegria.

Pague a prenda, mas não se apreenda,
não se prenda a pensamentos alheios.
Mente simples, sincera e sem atropelos.
Vá a luta, pense, não se renda.

As coisas boas estão ao redor,
mas também podem vir de dentro
o que esperas vem do alento.
Desiluda-se, firme no seu centro
sempre pratique seu intento.

Errante progresso

Aquele quadro pintado de costumes.
Aquela estátua, cheia de muitos rótulos e ciúmes.
Que anda, que fala, que sente, que pensa,
que pensa... Que pensa que pensa...
Aquele escárnio da compreensão,
zombando de toda a capacidade.
Embriagava pensando certo quando
achava ser ilusão tudo o que pensava.
Voava... Voava e na terra ficava.
Amordaçado, desmembrado, sufocado, extraia
o que de dentro lhe aborrecia.
Absorvia o que de dentro escutava,
e se libertava dos preceitos dos conceitos
vivendo cada passo, cada lugar.
Simplesmente aproveitando
a magnitude do sentir e do estar.
Sem nenhuma preocupação
se quem duvidava, quem desconfiava
tinha na razão um pouco de coração.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Composto do oposto

Adoro complicar os pensamentos.
Amo perceber inoperância.
Gosto de atentar os desatentos.
Me divirto em pentelhar a ignorância.

Calo quando pisam no meu calo.
Agarro na ideia impermanente.
Creio todo dia naquele galo
que acorda as manhãs impacientes.

Sufoco todo peito decorrente
de amores desfalecidos de repente.
Invoco tudo aquilo que se equivoca
e provoco aquele que me provoca.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Melhor ficar calado

Absolutamente verdade que,
se errado todos assumirem,
verdadeiramente estaremos absolutos.
A vida que dança e tropeça
ainda nos prega peças,
mas a terça parte da esperança
que esteja sempre na lembrança
e que no inteiro, meio ou quarto.
No doce que a vida alcança,
todas as ideias se fundam
e leve consigo a tolerância.
Eleve a melhor parte em abundância.
O saber que não se sabe nada,
da verdade ou da mentira,
do certo ou do real
do irreal ou do errado,
o que todo mundo sabe,
é que o melhor é ficar calado!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Jandira e o Cabra

Ela jogou, quebrou, foi embora.
Derrotou aquela memória.
Esculhambou, magoou, deturpou,
toda aquela história.

Se um dia ele encontrar,
alí em sua frente,
que deus a proteja os dentes.
Palavras são mais ferozes
que toda e qualquer corrente.

Sumiu desesperado com o desespero.
Matou, surtou, levou consigo
todo aquele maravilhoso zelo.
Agora, Jandira está na mira
daquele cabra do mundo.

Girando, cambaleando,
baleado, curado com sangue.
O leito, o remédio
do assédio que espanca,
não deixa rastro, mas deixou tranca.

Jandira ainda hoje pira,
pensando na morte do cabra
protegido pelo curupira!